O Dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma data para ser celebrada pelo reconhecimento das conquistas das mulheres que nos antecederam e a continuidade na luta para não perder os direitos adquiridos e conquistar muitos outros. E é claro, sem violência física ou psicológica.
A criação dessa data tem raízes históricas profundas de lutas de mulheres no nascente capitalismo industrial, por volta do século XIX, em que se submetiam a longas jornadas de trabalho, em condições insalubres e com salários mais baixos que os homens.
As mulheres defendiam "o direito ao voto, igualdade de oportunidades e de salários para igual trabalho e proteção social a mulher e a criança”.
Nessa trajetória de lutas e conquistas, o IFMT é uma instituição que tem a presença feminina marcante. Dos 29.973 estudantes matriculados, 15.340 são mulheres e 14.633 são homens, sendo maioria com 51%.
Na carreira de técnico-administrativo em educação, a instituição possui um total de 857 profissionais, sendo a maioria por 435 mulheres e 422 homens, o que representa uma presença de 50,7%.
Na carreira da docência, com um total de 1.079 professores, a presença feminina diminui, registrando 370 professoras, enquanto os homens são maioria com 709. A professora do IFMT – Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva, Dejenana Keila Oliveira Campos, doutoranda em História pela UFMT explica essa diferença da presença feminina na carreira docente.
"As mulheres na primeira metade do século XX, por conta de fatores sociais, somente podiam ser professoras do ensino primário. Por conta disso, que se observa essa diferença na presença feminina na docência do ensino superior. Estamos caminhando, mas tem alguns entraves para se superar. Somando-se a isso, o IFMT, antes composto pelas três ex-autarquias (CEFET-Cuiabá, CEFET-MT e Escola Agrotécnica Federal de Cáceres) eram escolas com uma característica de ensino voltado aos homens. A partir da década de 60, isso modifica com a entrada do curso de secretariado no Campus Cuiabá, quando se começa a ter as primeiras alunas mulheres”, conta Dejenana Campos.
No Instituto Federal, as mulheres também estão presentes na pesquisa. Do total 386 servidores com titulação de doutorado, sejam eles docentes e técnico-administrativos, apenas 152 são mulheres, ou seja, 39,5%. Já na titulação de mestre, dos 713 (docentes e técnicos-administrativos), 312 são mulheres, representando 43,5%.
Na pesquisa no ano de 2020, 33 projetos foram coordenados por pesquisadoras e 180 alunas bolsistas estão presentes em projetos de pesquisa e inovação. No ano de 2021, foram 41 projetos coordenados por pesquisadoras e 174 alunas bolsistas em projetos de pesquisa e inovação.
Nos cargos de gestão, no ano de 2022, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica com os seus 38 Institutos Federais, 13 são ocupados por reitoras. Ao se transformar na Rede no ano de 2009, cinco mulheres ocuparam o cargo de reitoras.
No IFMT, dos 19 campi, dois são dirigidos por mulheres, Renata Francisca Ferreira Lopes (Campus Barra do Garças) e Vanderluce Moreira Machado (Campus Pontes e Lacerda – Fronteira Oeste). Na reitoria, as mulheres são 83 profissionais, sendo 22 em cargos de gestão e duas com cargos na alta gestão como pró-reitoras, Luciana Klant (Proen) e Leila Cimone Teodoro Alves (Propessoas).
Na gestão, Dejenana pontuou que as mulheres tem conquistado o seu espaço e que de acordo com sua pesquisa “A representatividade da mulher na trajetória política estadual em Mato Grosso no período de 1946 até 2018”, quando uma mulher está frente de um cargo ela tem um olhar macro e sistêmico para a sociedade, ao contrário do homem que tem um olhar mais objetivo.
IFMT na comunidade: Programa Teresa de Benguela
Com a preocupação em buscar estimular o empoderamento e a geração de renda de mulheres pelo empreendedorismo, o IFMT criou o Programa Teresa de Benguela.
No Campus Cáceres - Prof. Olegário Baldo, dois projetos de extensão e pesquisa envolvem mulheres de um bairro popular circunvizinho ao IFMT na promoção da diversidade e segurança alimentar por meio de saberes e práticas de cultivo de plantas alimentícias. Os projetos, coordenados pela professora do IFMT Cáceres, Iris Gomes Viana - doutora em Biodiversidade e Biotecnologia, realiza atividades de formação e apoio técnico para o cultivo de plantas alimentícias nos quintais e em pequenos espaços, além do levantamento das espécies vegetais de uso alimentar conhecidas pelas mulheres.
As ações envolvem 25 mulheres do coletivo intitulado' Mulheres Solidárias' do bairro Vila Real em Cáceres e são desenvolvidas em conjunto com servidoras e servidores da instituição, com o apoio técnico do agrônomo e professor Milson Evaldo Serafim, doutor em Ciência do Solo.
De acordo com a coordenadora, as ideias dos projetos surgiram a partir do contato com as mulheres que participaram do curso de Formação Inicial e Continuada-FIC em Produtora de Derivados do Leite oferecido pelo IFMT pelo Programa Teresa de Benguela. O curso realizado em 2019, tinha o objetivo de formação e qualificação para autonomia e geração de renda às mulheres em situação de vulnerabilidade social.
"Ao longo do curso, a integração entre as mulheres mobilizou algumas participantes na organização do coletivo para trabalhos pautados em princípios de solidariedade e partilha. Com as dificuldades de renda e alimentação das famílias, agravadas pela pandemia, reunimos esforços com a contribuição e sensibilidade de toda a equipe para promovermos projetos de agricultura urbana, como alternativas para a segurança alimentar da comunidade", afirma a coordenadora. Os projetos são financiados com recursos do IFMT por meio de editais de fomento de pesquisa e extensão.
Conheça algumas das mulheres que fazem parte do IFMT:
Professora doutora Angela Santana de Oliveira – professora do IFMT – Campus Cuiabá e Coordenadora Geral do Programa Bolsa Formação - QUALIFICA MAIS
Eu fui aluna da antiga Escola Técnica, fiz curso de edificações e Engenharia Civil pela UFMT. Quando eu estava no último ano da faculdade eu fiz um concurso pela Universidade e a gente podia escolher ou a gente ia para escola técnica ou para UFMT, como eu tinha estudado na escola técnica eu preferi voltar para minha escola. Voltei em 1992 como técnica em administração. No ano de 1995 eu fiz outro concurso e mudei de carreira, fui para carreira de professora. Em 2012 eu assumi a chefia do departamento da área de construção civil do campus e fiquei cinco anos como chefe de departamento, lá no setor da construção civil, um setor que em que a maioria são homens.
No ano de 2020, começou a pandemia de Covid-19 e eu entrei no projeto de produção de máscara, naquela época estava faltando máscara e eu falei "gente vamos fazer máscara”. Eu consegui reunir 41 voluntárias trabalhando em casa e a gente chegou a fazer 5 mil máscaras de tecido e distribuímos para muitas instituições, como a APAE e no presídio. Eu estava coordenando esse projeto quando fui convidada a assumir a coordenação geral de todos os projetos do edital 47 que foi uma ação muito grande em 2020.
Quando o covid começou estávamos com medo, faltava máscara, faltava álcool, então vários campi se uniram e começaram a produzir álcool, alguns campi conseguiram implantar o laboratório para fazer o teste do PCR-RT. Tivemos inúmeros projetos, como de uma professora que fez educação física online, ela fazia os vídeos e o pessoal fazia atividade física em casa e nesse meio do caminho a gente estava aprendendo a usar as ferramentas online, muitas coisas foram desenvolvidas nesse período então essa ação do edital 47, eu fiquei na coordenação até quase o final.
Na minha casa somos seis irmãs, não tenho irmãos, então assim algumas vezes eu já percebi tratamentos diferentes? sim, mas talvez pelo fato de eu sempre frequentar ambiente masculino, eu fiz edificações, fui fazer engenharia civil e na minha turma tinha somente sete mulheres. Minha mãe foi um exemplo para mim, ela era uma mulher forte, se alguém fazia alguma discriminação eu nem sentia muito, nunca foi um tipo de coisa que se aconteceu, me afetou. O recado que eu deixaria para as meninas seria: que sejamos unidas, que tenhamos uma força interior e uma resiliência para persistir naquilo que desejamos alcançar.
Professora doutora em Engenharia e Ciência de Alimentos do IFMT - Câmpus Avançado Diamantino, Andreia Fernanda Silva Iocca (a professora Andreia está ao lado da avó)
A professora conta que sempre teve grande interesse e paixão pelas atividades que envolviam o processamento e a industrialização dos alimentos, devido ao fato de sempre observar o potencial de Mato Grosso como um dos maiores e mais diversificados produtores e exportadores de alimentos do Brasil.
Nascida na cidade de São Paulo, mas mato-grossense de coração, a Coordenadora do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas do IFMT - Câmpus Avançado Diamantino conta que iniciou a trajetória acadêmica aos 16 anos de idade, após prestar o vestibular e ser aprovada em 8° lugar para a 1° Turma do Curso de Tecnologia em Alimentos com ênfase em Processamento de Carnes, no então CEFET – Cuiabá (Atual Campus São Vicente).
“Durante a graduação atuei em trabalhos de pesquisa voltado ao desenvolvimento de arranjos produtivos locais e de novos produtos com foco na agregação de valor às matérias-primas regionais. Ainda como graduanda, fiz o estágio curricular no Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL, Campinas/SP, uma instituição vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, referência na área de alimentos da América Latina e cujos contatos estabelecidos influenciaram sobremaneira nas decisões acadêmicas posteriores, hoje, vejo que as experiências adquiridas na época contribuem hoje para minha atuação docente”.
Para Andreia a escolha em se tornar professora veio como uma missão, ela conta que a família materna é formada de professores e que através do que acreditam como propósito de vida, querem mostrar aos alunos que sempre existem escolhas e novos caminhos a serem percorridos. “Gostaria de dizer a todas as meninas e mulheres de que sempre há a possibilidade de recomeçar. Caso iniciem uma graduação, mestrado e cursos, não desistam, pois é só através da educação que conseguimos melhorar a nossa qualidade de vida, das pessoas que nós amamos e também da nossa comunidade” afirma a docente.
“Em Junho de 2023 irá completar 20 anos desde que me formei, algumas vezes passa um filme na nossa cabeça, desde aquela época a gente não para de estudar, o professor é um eterno estudante”, destaca Andreia. A docente ainda relembra do momento em que falou a sua avó que havia passado na faculdade:
“Ela tinha oito irmãos e naquele tempo a função da mulher após o nascimento era cuidar da casa, dos filhos e servir marido. A mulher não poderia estudar, ela só precisava cozinhar, e minha avó cresceu assim; ela sempre me disse que eu nasci para ser mais, que eu nasci para orgulhar minha família e que ela estaria viva para comemorar as minhas conquistas comigo, quando contei sobre minha aprovação no vestibular, aquela senhora saiu de São Paulo e veio a Mato Grosso apenas para me abraçar e me incentivar a continuar neste caminho, quando me formei em 2004 nós comemoramos muito e ao longo desses anos ensinamos ela a ler e a escrever”, conta a docente emocionada.
Andreia finaliza destacando que todo seu desenvolvimento acadêmico e profissional tem como base um amor familiar forte, um matriarcado consolidado e que suas conquistas são graças as mulheres fortes que a cercam e que sempre a auxiliaram em sua trajetória, agradece a sua mãe, que foi mãe solo, mas nunca deixou de lutar pelos filhos; suas irmãs, que trabalhavam e mesmo com toda dificuldade financeira a ajudavam com os gastos de estudar fora e a sua avó por todo o incentivo.
Agradece também a parceria de seu marido, que conheceu em sua época de faculdade e que voltou a encontrar como professora tempos depois no IFMT; aos seus filhos por todo amor e ao seu irmão. “Todas as mulheres da minha vida são meu alicerce, e eu agradeço ao IFMT por ter sido minha primeira casa fora da casa dos meus pais e pelas oportunidades proporcionadas; e mesmo com as dificuldades que passei, tenho uma enorme gratidão a instituição” afirma a docente.
Tamires Siqueira, ex-aluna do IFMT - Campus Sinop em Automação Industrial, atualmente estudante de Ciências da Comunicação em Portugal
Atualmente Tamires faz Ciências da Comunicação na Universidade do Algarve em Portugal. Esse meu desejo por essa área surgiu no IFMT, graças a um professor de Educação Física, Rafael Chaves, que incentivava muito as alunas a montarem times e a participarem dos jogos. Toda essa experiência de viagem, de ganhar jogos, essa experiência me fez cursar jornalismo e querer aplicar em jornalismo esportivo. Hoje estou realizando esse sonho e estou cursando Ciências da Comunicação.
Além disso, as lições éticas que me foram passadas no período de estudante do Campus Sinop foram maravilhosas. Eu me lembro que admirava muito a minha professora de História, a Francieli Marinato, que era maravilhosa. “Ela tinha uma força em sua voz, ela sabia se posicionar, transmitia isso para a gente, a sermos críticos e a correr atrás do que queremos. Esses pontos foram importantes para formar quem eu sou. Além da qualidade do ensino do IFMT que me fez conseguir essa vaga na Universidade em Portugal. Eu devo a eles, que me auxiliaram a construir o que sou hoje”.
Liliane Cerqueira da Silva, estudante do curso FIC – Energif no IFMT – Campus Cuiabá. Ela é ex-aluna nos cursos: técnico em edificações, tecnólogo em controle de obras e topografia em geoprocessamento
Hoje faço o curso de eletricista fotovoltaico que é uma capacitação na minha área. Já trabalho numa empresa de sistema fotovoltaico que é a Oeste Solar Energia. Eu estou fazendo o curso porque para mim é muito importante essa questão de capacitação, é uma oportunidade que o IFMT dá para nós para aumentar o conhecimento, o que agrega valor a nós profissionais. Trabalho numa empresa onde 90% são formados por homens e 10% por mulheres. As mulheres ocupam mais a parte administrativa, eu já atuo tanto na parte administrativa e como no campo também.
Eu trabalho em obras já há muito tempo. Como sou formada na área em construção civil para mim não é novidade em lidar só com homens. Nunca tive dificuldade em lidar com eles, para mim é uma questão de profissionalismo. Considero de grande valor me mostrar como uma representante feminina no mercado de trabalho, numa área onde era exclusivamente ocupado por homens. É importante mostrar para a sociedade que a oportunidade é igual para todos, pois é uma questão de se capacitar, de correr atrás do que você quer, que chances todo mundo tem, independente se você é homem ou mulher.
As mulheres, mesmo tendo essas milhares de função que é ser dona de casa, mãe, esposa, filha, irmã, estudante, independente de tudo isso, a gente tem as mesmas oportunidades de crescimento, de estudo, de profissionalismo que os homens têm. E hoje cada dia a mais podemos mostrar para a sociedade, o quanto somos importantes para o mercado de trabalho. É imprescindível que todas tenham esse leque de oportunidades, a gente não precisa ser só mulher e dona de casa. Eu sou grata pelo mercado de trabalho, pelas oportunidades que eu tenho.
Professora doutora em Biodiversidade e Biotecnologia do IFMT Cáceres, Iris Gomes Viana (Na foto é a mulher que está de macacão branco com detalhes verde e marrom.)
A professora do IFMT – Campus Cáceres, Iris Viana coordena dois projetos de extensão e pesquisa envolvendo mulheres de um bairro popular circunvizinho ao IFMT na promoção da diversidade e segurança alimentar por meio de saberes e práticas de cultivo de plantas alimentícias. Os projetos realizam atividades de formação e apoio técnico para o cultivo de plantas alimentícias nos quintais e em pequenos espaços, além do levantamento das espécies vegetais de uso alimentar conhecidas pelas mulheres.
"Para essas mulheres todos os dias são de lutas. Elas nos dão exemplo de resiliência e de resistência. Participar do movimento de superação na busca por alternativas para a vida junto com elas é um aprendizado para todas e todos nós."
Professora doutora em estudos literários do IFMT – Campus Tangará da Serra, Daniele Cristina da Silva
A professora Daniele Cristina da Silva foi coordenadora do projeto de extensão “Sintonização: Arte, Literatura e Solidariedade em Tempos de Pandemia” desenvolvido no ano de 2021 com a finalidade de promover cursos, oficinas e palestras aos estudantes do IFMT e comunidade externa. O projeto também atuou na questão de doação de alimentos para as pessoas em vulnerabilidade social.
Dentre as ações realizadas, destacaram-se: O clube de leitura Virando a Página, o Clube de xadrez on-line, Torneios on-line de xadrez, sendo um deles destinados apenas ao público feminino, o TAXFEM (1º Torneio de Xadrez Feminino on-line do IFMT), coordenado pelos professores: Priscila (IFMT-CNP) e Vinicius de Moura Oliveira (IF-Goiano).
O 1º Torneio Aberto de Xadrez Feminino On-line foi realizado no dia 24 de outubro de 2021, por meio de plataformas digitais de transmissão e comunicação. O público-alvo foram alunas dos Institutos Federais e enxadristas da comunidade externa. Ao todo, participaram 27 meninas de diversos estados, como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Bahia, Pará e Amapá.
Sobre o Clube de Leitura, o projeto propunha a criação de um espaço coletivo para socialização de experiências de leituras e de produções artísticas, em suas várias linguagens. Englobamos ações de caráter educativo que articulam o ensino, a pesquisa e a extensão, viabilizando a aproximação do IFMT com a sociedade local. Como coordenadora do Clube Virando a Página, acredito que o contato com as manifestações artísticas e literárias tenha sido, naquele momento, uma forma de abrir portas, iluminar caminhos, suplantar o caos e favorecer as relações pessoais.
A respeito das ações solidárias no projeto, elas foram relevantes, tanto pra aqueles que receberam as doações de alimentos, quanto para os que contribuíram com as doações, pois naquele momento de isolamento social, o prazer por poder ajudar ao próximo foi um sentimento que, além de unir os participantes nos mesmos propósitos, nos proporcionou a interação em tempos em que a insegurança, o medo, a solidão, o luto invadiram nosso cotidiano.
Natália Lopes - ex aluna do IFMT Campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva no curso Técnico em Secretariado, atualmente psicóloga especialista em saúde mental e gestão de pessoas
Foi importante ser aluna do IFMT, pois me ajudou na minha trajetória. Olha, eu nem sei como que eu passaria pela universidade sem ter tido a experiência de estar no IF, lá gente começa a ter mais responsabilidade a gente sai do fundamental bem criançona. E a gente é jogado nesse universo do ensino médio e temos a oportunidade de fazer o ensino médio técnico, onde a gente aprende já a ter uma profissão, ter contato com o mercado de trabalho, começa a ter uma noção do dia a dia do trabalho.
E além de ter essa oportunidade de experienciar o mercado de trabalho, o IF oferta muitas possibilidades e eu fiz questão de aproveitar tudo que ele podia me oferecer. Fiz estágio no DAS, Departamento de Área de Serviço, foi muito rico pra mim, muito importante também. Aproveitei a oportunidade de aguçar a minha veia artística, desde criança que eu sou cantora, que canto em coral e sempre estive ligada às artes e lá eu tive a oportunidade de fazer um curso de extensão em teatro, de fazer o coral do IF, então eu pude cantar e atuar através desse curso de extensão. Fiz um teste de elenco, na companhia da qual eu faço parte até hoje.
O curso de secretariado me ajudou a como a ter mais postura, aprender a como se portar. O curso ensina muito a como uma secretária deve se portar, qual é a forma correta de falar, a forma correta de atender um telefone, coisas assim que a gente pensa, que nasce sabendo, mas passa bem longe. Ninguém nos ensina a como ter certas posturas e o curso é muito importante para trazer essa segurança profissional para a gente começar a refletir sobre isso. Até hoje eu vou em algum local ser atendida e eu já observo a postura da secretária e como a figura desse profissional é importante para uma empresa, uma boa secretária, um profissional de secretariado, né? Que pode ser um homem também é a base daquele local e sou muito orgulhosa de ser técnica em secretariado, eu acho uma profissão maravilhosa, se eu não atuasse como psicóloga com certeza eu atuaria como secretária.
Enfim, o IF ajudou a construir a mulher, a profissional, a pessoa que eu sou hoje, com certeza tem uma importância incrível para minha trajetória. Na graduação eu tive a oportunidade de retornar porque é o bom filho à casa torna. Fui estagiária de superior na reitoria, na Proex, que é o setor do meu coração. Amo esse setor, amo os servidores desse setor também, pessoas maravilhosas. Lá eu tive a oportunidade de fazer projetos, de participar de projetos que contribuíram muito para minha trajetória profissional. Eu tive a oportunidade de, por exemplo, a estar no Pomeri, realizar um projeto com os reeducandos então, foi muito bacana. Sou muito grata a tudo que o IFMT me proporcionou.