O Instituto Federal de Educação de Mato Grosso (IFMT), Campus Pontes e Lacerda – Fronteira Oeste, realiza em Vila Bela um encontro de professores da região com o tema “Estudos da Literatura, Cultura e História Africana e Afro-Brasileira”. A ação é um projeto de extensão do IFMT, é realizada pelos professores Epaminondas Magalhães e Manuela Arruda, com o objetivo de contribuir para a formação continuada de professores da rede pública, na cidade de Vila Bela, incentivando-os na produção, divulgação e valorização de novos conhecimentos por meio de estudos sobre a literatura, cultura e história da África e de Mato Grosso.
O primeiro encontro aconteceu neste sábado (23) e teve a participação de 120 professores, que compareceram à Câmara do Município. A ação é realizada em parceria com a prefeitura de Vila Bela, por meio da Secretaria de Educação, representado pela secretária Lidiane Augusta Coelho de Barros, e contará com outros cinco encontros, e está prevista para se encerrar em outubro deste ano. “Nossa meta é trazer à pauta a construção do conhecimento histórico-cultural africano no estado que é uma raiz importante da constituição cultural”, destacou Epaminondas.
Os encontros serão teórico-metodológicos, com o objetivo de fornecer subsídios sobre as Literaturas, cultura e história africana e mato-grossense com discussões de obras e autores ligados ao tema para que os professores possam utilizá-los em sala de aula. “A ideia aqui proposta é que as discussões teóricas possam se tornar material de sala de aula, contribuindo para a formação cidadã, tanto de professores quanto de alunos”, afirmou Manuela Arruda.
Também poderão ser convidados outros professores com pesquisas ligadas ao assunto para compartilhar seus conhecimentos com os participantes. Ao final, será emitido aos professores certificado de 60 horas, pois 30 horas serão presenciais e 30 horas para leitura de textos teóricos, historiográficos e literários.
Durante o evento aconteceu também uma exposição de bonecas Abayomi, confeccionadas pela professora da rede municipal Rosa Bethania, que trabalha questões étnico-raciais na área da história.
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.