Alunos do Curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Pontes e Lacerda-Fronteira Oeste apresentaram artigos acadêmicos no XII Seminário Nacional de Formação de Profissionais da Educação da ANFOPE, integrado ao XL Encontro Nacional do FORUMDIR e ao I Seminário Nacional do FORPARFOR E FORPIBD-RP, realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os experimentos narrados foram encampados em Pontes e Lacerda e para alguns discentes, expor os resultados, foi a primeira experiência em evento do gênero.
Acadêmico do sexto semestre, Fagner Francisco Moreira abordou em forma de resumo expandido o ensino da Física, em laboratório, para os alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolvido no Campus do IFMT e também do Centro de Educação de Jovens e Adultos- Ceja 6 de Agosto. " No experimento, levamos esses alunos para o Laboratório de Física do IFMT. Todos da minha turma apresentaram experimentos a eles e este foi o primeiro contato que tiveram. Segundo esses discentes, a dinâmica foi interessante, o aprender a ver Física de uma forma diferente. Geralmente estão sentados em sala de aula, vendo no quadro as fórmulas, mas fica por isso mesmo. Não tem um contato real, não enxergam um experimento de verdade".
Fagner destacou ainda a experiência acadêmica. "Significa muito porque foi a minha primeira experiência dessa forma. Ficamos nervosos, mas vimos que foi mais fácil do que imaginávamos. Sou participante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e é uma transformação imensa para quem estuda, faz diferença, porque nos prepara para nossa formação (...). Infelizmente com os cortes do governo, isso fica prejudicado. Chegamos acreditar que não viajaríamos, porque o IFMT Pontes e Lacerda custeou toda a viagem. Inclusive nosso Campus, do Estado, foi o único que mandou 7 alunos para fazer a apresentação".
Mirian de Jesus Correia, do 6º semestre, também foi uma das autoras do artigo "Análise da disgrafia: estudo de caso em escolas de Pontes e Lacerda", apresentado no evento, em torno do transtorno caracterizado pela dificuldade que a criança apresenta com a fluência da escrita em vários aspectos. "Realizamos uma pesquisa pautada na abordagem qualitativa, em quatro escolas de educação básica de Pontes e Lacerda. Os entrevistados foram escolhidos de forma aleatória. O objetivo foi questionarmos eles sobre quais são as causas da Disgrafia, quantos alunos haviam sido diagnosticados, como era feito o tratamento com esse aluno, quais materiais didáticos eram utilizados. A partir das respostas fizemos uma análise levando em consideração a subjetividade e em relação a prática pedagógica com o aluno digráfico. Com a pesquisa concluímos que 3 das 4 escolas abordadas não estão 100% preparadas para o processo de diagnóstico ao tratamento. Percebemos que alguns docentes não conheciam a Disgrafia, afirmaram que em sua formação não estudaram sobre a deficiência, então tem-se uma necessidade na formação continuada desses professores".
Para Mirian, a avaliação foi positiva. "As apresentações foram realizadas como esperávamos. Foi uma experiência única estar em outro estado representando o IFMT -Campus Pontes e Lacerda, é um conhecimento que levarei comigo na minha formação acadêmica. Serei sempre grata ao IFMT, agradeço muito aos meus professores envolvidos nessa missão, Layane Bento Ferreira, Ricardo Vanjura, Stefano Teixeira Silva e a nossa coordenadora de curso professora Tatiana Rondon".
Acadêmico do oitavo semestre, Leonardo Rafael Bueno Soares abordou o artigo intitulado "Cultura e diversidade: reflexões sobre a educação indígena". O objetivo foi confrontar a visão do alunos de Licenciatura em Física à respeito do ensino de Física aos índios. "Para essas pessoas que nasceram e cresceram em uma cultura tão diferente como a nossa, e ver a visão também deles, índios, sobre como é o ensino para eles, se mais específico, diferenciado. Porque com uma cultura diferente, eles tem saberes diferentes".
Leonardo destacou a experiência rendeu bons frutos. "Foi uma experiência muito positiva. Estamos acostumados a apresentar banners. Mas lá, cada tema era em uma sala. Chegávamos e palestrávamos, explicávamos para todos na sala. Ao final, sentávamos em roda e discutíamos a visão de cada um".
O evento, realizado de 16 a 19 de setembro, conforme a organização, ensejou a discussão de modos de enfrentamento das situações vivenciadas no cenário educacional atual, analisando políticas e projetos e os desafios e perspectivas de resistência.
