No dia 12 de dezembro o IFMT Pontes e Lacerda realizou, junto ao JEPEX, a I Feira de Economia Solidária - Economia Livre, Orgânica e Sustentável. A Feira teve o objetivo de trocar livros, roupas, acessórios, CDs e DVDs, aparelhos eletrônicos, brinquedos, objetos de decoração, dentre outras coisas.
Segundo Joana Forte, idealizadora do projeto, a feira, assim como o JEPEX, também superou as expectativas, lotando e tendo o envolvimento de muitos estudantes e servidores. Além disso, "o CTA (Centro de Tecnologias Alternativas) nos procurou para participar, as pessoas se envolveram e viveram o real sentido da feira, a preocupação coletiva, tantas pessoas felizes e realizadas com seus 'novos' produtos a preços acessíveis e ainda colaborando para um consumo mais consciente e solidário".
Ainda segundo Joana, os produtos que sobraram e os alimentos e produtos de limpeza trocados serão doados, sob coordenação da Professora Hebia.
A ideia de fazer a feira surgiu a partir de conversas com os colegas do campus que tem roupas, sapatos e acessórios que estão em bom estado, mas não servem mais aos donos, "porque, às vezes, o meu usado é o novo para você", explicou Joana. A feira, além disso, também tinha o propósito de promover uma experiência de consumo consciente, empregando o uso de uma moeda social.
A partir deste projeto, "espera-se que possa criar nos alunos um espírito solidário e fazê-los entender sua importância dentro da sociedade em que vivem, de modo que sejam protagonistas de saberes e tenham uma alternativa possível para o desenvolvimento pessoal e profissional", finalizou.
Veja a GALERIA DE FOTOS do evento.
Por Cristiane Fronza
Economia Solidária: repassando conceitos de sustentabilidade
A Economia Solidária caracteriza-se pelos princípios de autogestão, cooperatividade, gestão participativa popular, redes de comércio justo, consumo ético e responsabilidade social. Nela, o princípio é cooperativo e por isso não há competição entre os sócios. Todos trabalham em prol do crescimento da empresa, afinal, todos são donos. O meio de produção é coletivo e “ninguém manda em ninguém”. As decisões são tomadas por meio de assembleias onde cada pessoa tem direito a um voto, independente do cargo que ocupe.
Todos esses princípios unem os trabalhadores e o resultado, entre eles, é o de solidariedade e o crescimento conjunto de todos os envolvidos. Utilizando-se das ferramentas da Economia Solidária, surgem os clubes de trocas.
Os clubes de troca começaram na década de oitenta na Argentina e Canadá em resposta ao crescente desemprego e à queda da atividade econômica provocada por recessões de mercado. Essas feiras se baseiam em princípios da Economia Solidária: substituir o lucro, a acumulação e a competição pela solidariedade e pela cooperação, valorizar o trabalho, o saber e a criatividade das pessoas e não o dinheiro e sua propriedade. Buscar uma ligação de respeito entre o ser humano e a natureza.
Os clubes de troca são iniciativas solidárias que possibilitam a interação das pessoas e a coletividade no sentido de construir uma alternativa para o capitalismo que é praticamente hegemônico na nossa sociedade e tende a delimitar a força de compra das pessoas. Sua proposta parte da busca de resposta a falta de dinheiro oficial.
Um grande objetivo dos clubes de troca é o de constituir um mercado complementar ao oficial capaz de ajudar a viabilização do comércio de produtos feitos por pessoas ou grupos e facilitar o acesso da comunidade em geral a esses produtos e serviços. Ela tende a resgatar princípios primitivos da moeda, tornando-a um instrumento facilitador, em resposta as necessidades da população que a utiliza. O espaço da feira não é um local de competição, mas sim de colaboração entre os produtores/consumidores.
Nas feiras de troca é possível trocar objetos e conhecimentos. Pode-se trocar artesanatos, roupas em bom estado, livros, comidas, cortes de cabelo, aulas de línguas, serviços de cuidar de crianças ou idosos, etc. Diferente do capitalismo, que determina o valor através da lei da oferta e da procura sempre em busca da mais-valia, no clube de trocas o valor de cada objeto é dado pelo grupo, levando em conta o preço justo determinado pelos produtores e participantes da comissão da feira.
Por Joana Forte